3ªfeira 26 Novembro 21h
Francisco Sousa Algarvio de Tavira
apresenta o seu Projeto *Pop Serrenho*
recriações de músicas Tradicionais do Algarve
relembramos que para jantar é necessário marcar para o 918 797 904
e mais
Exilados - Edições Cativa - 2013 do autor Vítor Gil Cardeira.
O final do livro "Exilados" ...O homem que agora era aspirava ao que nunca seria alcançável e por isso fugia da felicidade. De uma mulher que percorria a cidade cavalgando na leve montada da loucura, levava apenas a saudade. A saudade que também reclamava da vida de outrora. Uma vida aos supetões pela inútil irrealidade. Pelos risíveis caminhos do sonho. Nós que dispomos da narrativa ao sabor do vento. Que criamos o possível a partir do impossível e revelamos apenas o que viabiliza o discurso. Que sujeitamos palavras e encadeamentos sintáticos, tão válidos como outros quaisquer, dominamos apenas o que aconteceu e está a acontecer: o passado e o presente. Na ficção não há devir nem futuro. Por muito pensamento que preceda a pena, é esta que conduz o tempo e a ação. Dito isto, direi, passe a redundância, para terminar a presente, que já vai longa; sempre a pena a conduzir o inconsciente; que o novo e nosso homem repousa agora o corpo metamorfizado num banco de comboio, atravessando a paisagem a uma velocidade estonteante. Comprou bilhete para o primeiro comboio a demandar a estação central. É um clássico: viagem sem destino para fugir ao destino. Deixa para trás tudo o que o tempo havia impregnado no seu ser. Agora, tabula rasa, será um homem à procura de eternidade. As paisagens desfilam, indefinidas, como fotogramas analógicos montados ao acaso, no seu olhar perdido. Sim agora compreendia a infinita discussão dos homens sobre o sexo dos anjos. Uma alegoria sobre a condição humana...
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