5ª feira 26 Nov. ás 18h
Em Novembro de 2009, a Associação para o Planeamento da Família comemora a Semana da Saúde Sexual que dedicou à vivência da sexualidade nos mais velhos. O crescente envelhecimento populacional torna evidente o esforço social de melhorar a qualidade de vida nos idosos. No que respeita à expressão da sexualidade, já por si um assunto tabu, torna-se ainda mais tabu quando relacionada ao idoso, sendo criados mitos que condicionam uma vivência saudável da sexualidade.
Esta conversa sobre a sexualidade no envelhecimento será moderada pelo enfermeiro Bruno Rocha e conta com a presença dos seguintes participantes: António Sousa (sociólogo, presidente da APF)
João Barreiros (enfermeiro, direcção da APF)
Miguel Rodrigues (médico, serviço de Urologia)
Luisa Gomes (psicóloga, Associação Âncora)
Grupo de Jovens da APF Algarve (uma equipa empenhada em desenvolver um trabalho de promoção para a saúde).
Org. APF / PátioB@r
Qual é a idade da SEXUALIDADE ?
A sexualidade tem uma grande importância no bem-estar e na qualidade de vida de cada pessoa e está presente desde o pensamento da nossa concepção até ao fim das nossas vidas. Quando em Portugal quase 18% das pessoas têm mais de 65 anos, caminhando para um aumento nos próximos anos, várias questões se me colocam... Porque será que são criticados os afectos entre pessoas idosas? As pessoas idosas podem namorar? Porquê um casal de idosos ser separado nos quartos de um lar? Podem dar um longo beijo na rua? E andar de mão dada será melhor? Qual será a idade em que a relação sexual deixa de fazer sentido? Haverá práticas sexuais não aceites nas pessoas idosas? Será importante alertar os idosos para o sexo seguro? Ou as infecções sexuais são apenas nos mais novos? A partir de meia-idade ocorrem alterações que vão condicionar a vivência da sexualidade. Alterações orgânicas derivadas das modificações hormonais, de doenças físicas e psíquicas, dos medicamentos, da diminuição sensorial e da alteração da aparência; alterações psicológicas relacionada com a personalidade, memória, aprendizagem e auto-estima; e alterações sociais que passam pela mudança na dinâmica familiar e pela reforma.
A sexualidade, já por si um assunto tabu, numa sociedade em que os idosos tendem a perder o valor e a opinião, pode tornar aterrorizadora a manifestação de sentimentos e necessidades sexuais por parte dos mais velhos, assim como desconfortável a procura de ajuda no campo das disfunções sexuais com medo de serem alvo de troça, gerando -se sentimentos de inferioridade e culpa. Não existe idade nem limites para a sexualidade desde que lea seja sentida como sendo agradável e não colida com a liberdade e vontade de outros. Cabe a todos nós, enquanto sociedade, não castrar à partida a autonomia dos mais velhos, permitindo a todos uma velhice saudável, activa e bem sucedida.
Artigo elaborado por:
BRUNO ROCHA (enfermeiro do ACES central_Centro de Saúde de Faro)
Membro da Associação para o Planeamento da Familia
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